MAKÁRIOS MAIA BARBOSA
Nascido: Itaporanga/Paraíba, em 22 de julho de 1964.
Filiação: Natércio Maia
Barbosa e Margarida Helena Maia Barbosa
Formação acadêmica: Graduado em Comunicação Social, habilitação Jornalismo (1988) pela Universidade Federal da Paraíba. Mestre em Artes Cênicas (2005) pelo Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia.
Qualificações: Professor, ator, encenador,
dramaturgo, cenógrafo, compositor, artista visual e pesquisador das artes dos espetáculos, docente
do Curso de Licenciatura em Teatro da UFRN, coordenador
do Grupo Popular de Teatro (GPT) da UFRN, coordenador do G.E.N.T.E. - Grupo de Estudo Não-disciplinares
das Teatralidades e das Espetacularidades, membro do núcleo do NACE: Núcleo Transdisciplinares
de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares.
Makarios Maia Barbosa tem
53 anos e veio em Natal
no dia de 9 de julho de 1993. Teve seu primeiro contato com o teatro, ainda muito cedo, quando num
belo dia, um dos seus irmãos o levou para ir assistir uma peça de teatro no circo. Era O Chapeuzinho Vermelho, na qual o Lobo comia a Vovozinha. Makarios percebeu, então que quando a Vovozinha foi 'engolida' pelo Lobo, usou um truque, passou por
debaixo do Lobo e se escondeu num baú. Foi aí que ele pensou: então isso é o teatro? E é tudo mentira? E seu
irmão tentando explicar que não era exatamente assim. Makarios apaixonou-se pelo teatro, mesmo, quando um dia
precisou de um garoto e ele recebeu o convite do irmão pra participar ,depois
de muita insistência ele foi e foi no palco que ele descobre o poder do ator e
se apaixonou, então começou a fazer teatro dos 13 aos 14 ele participava do
grupo de teatro Jufra na Paraíba, então vou daí que ele resolve entra numa
banda ou ser jornalista, e deixou a arte de lado, com isso ele tirou notas
baixas na escola, então seus pais resolveu mandar ele de volta pra casa dos seu
avos, ai ele resolve estudar no último semestre e fez uma promessa a são
Francisco que se ele passasse voltaria a fazer artes, foi quando ele fez muito
sucesso como ator dos 14 aos 19, entrou n o grupo WEIK ,mais seu grupo estava
passando por um grande abalo, mudou para outro grupo, este a qual ele entrava
era bem pior que o outro não tinha verbas para nada, lá tinha um direto
maravilhoso que tinha ótimas ideias mais não tinha recurso algum para fazer
nada ,como ele já tinha esse dom de mexer com o barro, com artes visuais,
esculturas. Foi que parte dele mexer com o lixo, começou a colocar iluminação
nos cenários na década de 80, estava bem no augi na ideia de desmonte da ilusão
do palco, influência de Brecht tinha chegado, em de 1982, logo quando o teatro
quebrou a quarta parede no Brasil.
Ele colocou muita iluminação nos cenários ,
refletores, foi ai que ele toma gosto pelo cenários, e começa a fazer cenários
de vários espetáculos não mais dos quais ele fazia parte mais pra outras
companhias ,retoma o painel pintado uma das coisa na qual as pessoas já tinha
abolido, porque os painéis que as pessoas já não usavam mais, os painéis do
ballet e do teatro antigo eram naturalistas e os deles eram expressionistas ele
gostava muito dos artistas espanhóis Picasso, Miró, seu painel eram levados a
loucuras, pra espetáculos de shows de músicas ,ele juntava caixas de papelão e
juntavam todas para fazer umas réplicas da cidade no fundo do palco como se
fosse uma cidade. Em 1983 começou a dirigir espetáculos seus mesmos com sua
direção e cenografias, figurino seu próprios, passou os anos e entrou na UFRN
pra ser professor de cenografia, o conceito de cenografia era o conceito de
cenário em 1992 usa sua primeira projeção de vídeo, e foi ele quem começou uma
nova visão semiótica de Anne Ubersfeld, foi quando ganhou um livro e nesse
livro foi que ele tirou essa metáfora: que o corpo do ator em cena e uma
cenografia, o teatro reuni tudo, o corpo, cenários ,figurinos e tudo se torna
um só, existente numa formação do corpo mais tudo se engloba.
Curiosidades:
PRIMEIRA CURIOSIDADE:
Desde de cedo ele ia para olaria (onde se faz telhas) para mexer no barro com
seus amigos, seus amigos faziam cobras, boi, cavalo, mais o que mais lhe
chamava a atenção era os bustos dos heróis nacionais machado de Assis, enquanto
seus amigos faziam cobras.
SEGUNDA CURIOSIDADE:
Quando pequeno seus irmãos levaram para assistir à peça CHAPEUZINHO VERMELHO,
ele ficou bem na lateral no palco foi quando na parte do lobo engoli a
vovozinha o personagem jogou uma capa fingindo ter comido a vovó quando de
repente ele ver a vovó passando por debaixo das pernas do lobo, foi daí que ele
fala para o irmão isso que é teatro o lobo nem comeu a vovozinha ele passou foi
por debaixo da perna dele, então para ele então o teatro era uma farsa e jamais
iria fazer.
Obras:
O QUARTO DE DESPEJO
O quarto de despejo é um espetáculo do
projeto de extensão colaborativo da UFRN e do cento espirita irmão do caminho,
na produção de Markários Maia e o grupo luz da manhã, com adaptação de um texto
espirita.
Conta a história de Carolina Maria de Jesus,
em dois tempos: primeiro ela uma favelada do Rio de janeiro catadora de lixo,
pobre, mulher negra que escreve. No segundo uma baronesa do café do século IX.
(Cena
da parte da cenografia da peça O Quarto de Despejo)
O
espetáculo inicia com o palco nu, para Makários. O cenário sai do bolso do
ator, chegar e montar é fundante onde ele institui o espaço donde tira e ponha
sua própria existência deve ser parte do corpo do ator, surgi Carolina Maria de
Jesus puxando uma carroça de papelão velho de guardar papel, para e começa a
escrever narrando sua própria história, abre a carroça e se transforma na
cozinha da casa dela, com fogão de lenha, pano, bancos e as crianças entram.
Uma passagem que identificava a favela era representada pela fila da torneira,
que era na casa de uma mulher onde pessoas desciam para pegarem água, pois se
fechasse ninguém mais pegaria. A fila era um stand up um desenho da favela, com
morros e uma torneira, ele entrava correndo e junto vários favelados em fila
com baldes, latas, pela plateia até o palco. Outra coisa era um umbral (para os
espiritas lugares terríveis ou inferno), usando uma vara com várias correntes
grossas feitas de papel madeira com grude de goma formando uma teia, com
referência dos escravocratas do Navio Negreiro com um cadáver de um escravo
pendurado, representado por um boneco feito de tecido velho. Por fim, a cena
mais bonita segundo Markários, o baile do imperador, um telão pintado com duas
escadarias contendo um pedestal com dois degraus verdadeiros e os demais
pintados da mesma cor e ilusão de luz, um vitral enorme e um pano azul atrás
brincava com a luz de contra e frente passando a ideia de sonho, de um lugar
perfeito. A baronesa entrava sozinha e subia nos degraus e entorno dela se montava o castelo, começando o baile com todos a caráter.
Este
espetáculo brincava com a ideia da narrativa se constituir do chão e do nada
desaparecer.
A
MALDIÇÃO DE BLACKWEEL
Em 1993 a 1994 no teatro
Sandoval Wanderley com texto de Claudinho Tavares e Marcos Bulhões. Foi
construído no cenário uma ideia de castelo medieval, fez todos os móveis,
cadeiras, desenhou todo o figurino e costurou junto com os atores fazendo toda
uma customização nas peças.
Era interessante a
cenografia, na cena tinha uma câmara onde a duquesa dormia, foi feita com
iluminação interna feito de caixote suspenso com rodas, tinha uma cripta em
cima, feita de compensado de 4mm e foi desenhada no compensado o desenho do
vitral, depois sendo colado um plástico azul. Quando a luz acendia iluminava só
a mulher que dava um efeito de cadáver, que entrava no meio da cena.
(Figurino da peça A
Maldição de Blackwell)
(Figurino da peça A
Maldição de Blackwell)
(Figurino da peça A
Maldição de Blackwell)
ASAS
DA HISTÓRIA 2013
Nas asas da História é um espetáculo da
fundação Parnamirim de Cultura que acontecia anualmente na cidade de
Parnamirim. Em 2013 esse espetáculo teve Direção e Cenografia de Makários Maia
e texto de Makários Maia e Ismael Alves Dumangues, o tema escolhido foi:
“Mestre Elpídio e seu Boi de Reis nos Destinos de Parnamirim” Aroldo Gomes o
Presidente da fundação Parnamirim de Cultura e Versio Lisboa que era o produtor
do espetáculo propuseram a Makários que ele contasse essa história de uma forma
diferente dos outros espetáculos. Eles pediram que Makários inaugurasse uma
nova estética, e que desse valor a três coisas que eles acreditavam que não
eram valorizadas, primeiro: a própria cultura contemporânea de Parnamirim, os
elementos culturais da cidade que eles chamaram de "destino",
segundo: que ele criasse uma união entre os grupos de Parnamirim que viviam
brigando, e terceiro: fazer com que a figura do Mestre Elpídio fosse
reconhecido com o devido valor, como um patrimônio cultural. Makários fez uma
longa pesquisa sobre o mestre Elpídio e promoveu uma Oficina onde juntou todos
os grupos de dança e de teatro que se interessaram. Esses grupos foram: O grupo
de dança Xaxado de Parnamirim, Cia de dança Cangaia, e o grupo de Brakedance, o
espetáculo foi todo construído baseado na ideia de um diálogo entre as
manifestações culturais tradicionais como o Boi de Reis e o Brakedance. Makários
fez algo diferente nessa dramaturgia, ele não fez um roteiro para teatro. Todo
o texto foi escrito para cinema, porque ele usava muitas cenas projetadas
durante o espetáculo, ele pensou toda a cenografia em um palco giratório, um
palco celebratório, o palco era uma citação, uma capela do interior e uma sala
onde havia uma televisão, essa ideia de capela que une a cidade em torno dela e
a ideia de novo templo que é uma casa que tem uma televisão.
O
palco tinha três níveis, o nível orquestra que era o palco principal onde
acontecia a maioria das cenas, um telão com um palco refugiado a baixo, um
patamar mais alto, uma scanner do teatro grego onde havia atores permanentes
como a personagem Damiana e o mestre Elpídio que não saiam da cena. Ao lado do
palco havia duas treliças que serviam de camarim e ponto de refúgio para os
brincantes. Ele teve a ajuda de Jucenor Costa, Cinho Gerson e Érico para
confeccionar a cenografia. No espetáculo os atores eram brincantes, mambembes,
com características próprias, e ao longo da peça eles se transformavam nos
personagens para as cenas e depois voltavam a ser brincantes, por isso o figurino
do espetáculo foi escolhido por cada ator de acordo com as características do
seu brincante construídas ao longo das oficinas, a única exigência feita foi
para não ter muito brilho nem no figurino nem na maquiagem pois o foco devia
ser no corpo do ator. E assim começava o espetáculo, os brincantes vinham da
rua
Com seus brinquedos e ocupavam a cena
enquanto passava no telão projeções da cidade. O que caracteriza a cenografia
de Makários é que para ele, ela é transformadora como os processos da narrativa,
ele não acredita em cenografia física apenas do ponto de vista material, mas
cenografias simbólicas, ele fala que elas são uma chave para que o espectador
abra sua mente, entre e ele construa a cenografia, no asas ele usou os próprios
atores como cenografia o corpo dos atores eram móveis, então em uma das cenas
do espetáculo onde ele coloca um ator como um sofá e esse mesmo ator dança e
depois volta a ser um sofá, na cabeça do espectador aquilo não é só um sofá,
ele vai chegar em casa, olhar o sofá dele e refletir sobre a relação que ele
tem com aquele objeto, ele fala que o espectador vai passar a pensar o sofá
como um objeto de namoro que o acolhe, e o abraça.
(cena do espetáculo Asas
da Historia, 2013, Parnamirim)
Outra característica da cenografia dele é que é uma cenografia mutante,
uma cenografia não fixa, e também não disciplinar, ele fala que não interessa
se a cenografia é uma pintura, uma costura, se é uma cenografia de pedra, ou se
é uma cenografia de ferro, não interessa porque tudo é narrativa, se a primeira
chave é a cenografia ser transformativa, a segunda é que o corpo do ator, o ser
vivo é a pulsação da cenografia, para ele não existe cenografia sem humanos
dentro dela. Ele diz que se pode fazer uma instalação, uma vitrine, ou qualquer
coisa assim, mas que a cenografia precisa ter gente dentro dela. No espetáculo
Nas Asas da História você vê isso claramente em diversas cenas, o corpo do ator
sendo a própria cenografia. Como na cena
da família onde os atores eram móveis e plantas, E um grupo de atores chamados
de "A Escuridão", em uma das cenas precisava-se de atores para fazer
um painel, então a escuridão entravam com estandartes e formavam esse painel.
Apesar do título o espetáculo não tratou só de contar de uma forma linda a
História do Mestre Elpídio e seu boi de reis, mas deu visibilidade a todos os
grupos tradicionais da cidade, e contou a história de cada um, os grupos
tiveram suas próprias cena no espetáculo onde apresentavam coreografias dos
seus principais espetáculos, e houve uma cena que se chamava "cena da
praça" onde juntaram os grupos de dança popular e Brake para dançarem
juntos uma mesma música, mostrando que para além das diferenças a cultura não
só poderia mas deveria estar junta.
(Cena do espetáculo Asas
da História de 2013, Parnamirim)
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Discentes
Mariama Mota
Dayse Oliveira
Liviane Souza
Fernanda Abreu
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